A
cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos, nesta semana, além de ter sido uma
apresentação (literalmente) cinematográfica, a evidente largada para centenas
de disputas esportivas, entre outros aspectos, também nos permite fazer várias reflexões.
Farei aqui apenas algumas, aproveitando o fato de que também sou assíduo
praticante de atividades físicas, mais especificamente o ciclismo. De início, é
interessante observar que a intersecção dos arcos que simbolizam os jogos, além
de demonstrarem uma real tentativa de unir os povos por meio do desporto, tenta
superar (sem sucesso?) os abismos de diferença entre os participantes,
colocando-os (?) em uma legítima arena (raia, ringue, quadra) de disputas.
Isso
nos leva a considerar o quanto e o como as coisas vão se
configurando, individual e coletivamente. Explico. Durante o desfile das
delegações de atletas, um deles que levava a bandeira de seu país de origem
(não direi qual), por seu próprio exemplo pôde dar prova cabal de que as “estorinhas”
contadas em filmes não são tão fictícias assim. Tal pessoa não apenas é uma
refugiada da guerra, mas também e literalmente teve que correr, no
meio do campo de batalha, para não perder a vida. Escondeu-se em trincheiras ao
lado de pessoas mortas. Fugiu de seu país. E tornou-se um competidor de provas
internacionais. Não coincidentemente, é um esportista do atletismo.
Se
isso não é um modelo de quanto e como se pode mudar uma situação, talvez o
sorriso estampado em seu rosto, durante o evento mencionado evidencie que (a “verdadeira”?)
felicidade definitivamente não é algo que se compra em supermercado, ou, por
outro lado, mera abstração. Recente e ironicamente, ao ver um filme, a fala de
uma das personagens me fez (re)pensar sobre tais aspectos. Ele disse algo como “as
coisas mais importantes da vida não se compram, pois são obtidas ou com amor ou
com sangue”. Para algumas pessoas, pode até parecer “radical”, mas é justamente isso que nos mantêm vivos:
sentimentos, fisiologia, energia.
Por
essas e por outras que, em recentíssimo evento social, estava eu com uma Amiga
queridíssima e, quando senti que o osso de um peixe me fraturou um dente (pois
é, também tenho meus momentos de constatação de decadência...rsrs.....), soltei
uma enorme gargalhada interna. Felicidade pode ser apenas uma coisa. Pode ser
um amálgama. Pode ser ao mesmo tempo (e somente) um desejo, mas certamente é
algo conquistado,
pois se trata de uma quase epifania e, se levado às últimas consequências, um
estado de êxtase tão intenso quanto qualquer místico pode obter. Sendo assim,
nunca se incomode com qualquer tropeço para atingir o que lhe parece
impossível. Vá. Tenha fé. E realize.
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