Raras serão as vezes
que Você encontrará esse tipo de pessoa. Como a própria aglutinação indica, são
aquelas que de tão fantásticas (totalmente fora do ordinário), pela
inteligência, capacidade afetiva, conhecimento, entre vários outros atributos,
reunidos ou isolados, fazem (e muito!) com que qualquer sofrimento possa “valer a pena”. Fazem com que qualquer encarnação torne-se uma
bênção, por mais tormentosa ou angustiante que pareça. Pessoas extraordinárias são
aquelas que pediríamos para acompanhá-las a uma guerra, a Timbuktu, ao inferno
ou simplesmente para tomar um sorvete. Não apenas porque suas presenças nos
proporcionam boas risadas ou uma profunda sensação de paz. Tais criaturas literalmente iluminam nossos caminhos, literal e diretamente contribuem para a
(radical) e efetiva transformação enquanto seres humanos.
Podemos chamar tais
pessoas de “mãe”, “amigo”, “prima”, “tio”, “colega de trabalho” ou qualquer
outro substantivo. Em outros casos, e de modo bizarro (?), aquelas que mais
consideramos como improváveis são as mais extraordinárias. Um(a) “inimigo(a)”,
um(a) “desafeto(a)”, bem como qualquer outro desqualificativo pode se tornar
o(a) grande Mestre(a) de uma existência. Como disse, foram (e são) bastante
escassos os encontros com tais personagens, e algo que nos leva a confirmar
isso é o fato de que, contrariamente
ao que a lógica pós-moderna do capitalismo diz[1], o
que tais pessoas fazem por e para nós não somente é único mas vai ao encontro
de nossos espíritos, dizendo: “Aqui estamos para tornar o nosso encontro algo
que perdurará pela eternidade”.
Tais pessoas podem
ser consideradas, até, “loucas”, por todos(as) aqueles(as) satisfeitas com o
famoso “pacto da mediocridade”[2] só
que, no fundo, é a LUZ interna de tais pessoas que mais brilha, quando a escuridão
é mais presente. São aqueles(as) que
não teríamos o MENOR medo em saltar na frente para salvá-lo(a) de um atentado,
porque consideramos sua intervenção como epifânica ou algo parecido. As pessoas
extraordinárias não necessariamente
são “boazinhas”[3].
Elas são justas. Suas atitudes nos
indicam, isso sim, que rumo tomar. Sua maneira de pensar e falar nos colocam
diante de um novo “conceito” imanente-transcendente de sentir. E já aviso: tais
pessoas nada tem a ver com tradições espirituais,
ideologias ou filosofias[4].
Sua mera presença define uma situação
absolutamente inusitada em nossas vidas.
Pessoas
extraordinárias tem um profundíssimo
senso prático para enfrentamento de dilemas ou dramas existenciais. Não se chafurdam
em delírios acadêmicos e/ou conceptuais, visto que tem a mais nítida percepção de
que a vida não é um esquema “ideal” ou “perfeito”, mas algo tão simples quanto
beber um copo d’água. Farão escândalo apenas para lhe gritar (ou sussurrar) que
continua praticando os mesmos erros e poderão nem estar na primeira fileira
quando Você for condecorado(a). Aliás, pessoas extraordinárias tem uma certa
ojeriza de aglomerações glamorosas. Geralmente nos fornecem os maiores
ensinamentos no tête-à-tête, quando precisamos ouvir o que é necessário, e não
apenas o que desejamos.
Já
encontrou alguém assim? Se não, é porque sua oportunidade cármica ainda não lhe
concedeu essa benesse. Se sim...tenha gratidão
ao Universo, pois acaba(acabou) de acontecer um milagre em sua vida. E
sejam felizes...
[1] “Não existe pessoa insubstituível” ou
o que o valha.
[2] Eu finjo que sou verdadeiro contigo e
Você finge que acredita nisso.
[3] Até porque teríamos que elaborar um
tratado filosófico para conceituar ou fazer uma aproximação epistemológica
acerca do bem (e do mal, claro).
[4] Ou seja, tais pessoas nãaaaaaaao
necessariamente são monges (ou monjas), pastores (ou pastoras), padres, pais
(ou mães) de santo ou qualquer outro tipo de liderança espiritual ou
filosófica.
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