terça-feira, 22 de outubro de 2013

Ode às Pessoas Extraordinárias





Raras serão as vezes que Você encontrará esse tipo de pessoa. Como a própria aglutinação indica, são aquelas que de tão fantásticas (totalmente fora do ordinário), pela inteligência, capacidade afetiva, conhecimento, entre vários outros atributos, reunidos ou isolados, fazem (e muito!) com que qualquer sofrimento possa “valer a pena”. Fazem com que qualquer encarnação torne-se uma bênção, por mais tormentosa ou angustiante que pareça. Pessoas extraordinárias são aquelas que pediríamos para acompanhá-las a uma guerra, a Timbuktu, ao inferno ou simplesmente para tomar um sorvete. Não apenas porque suas presenças nos proporcionam boas risadas ou uma profunda sensação de paz. Tais criaturas literalmente iluminam nossos caminhos, literal e diretamente contribuem para a (radical) e efetiva transformação enquanto seres humanos.
Podemos chamar tais pessoas de “mãe”, “amigo”, “prima”, “tio”, “colega de trabalho” ou qualquer outro substantivo. Em outros casos, e de modo bizarro (?), aquelas que mais consideramos como improváveis são as mais extraordinárias. Um(a) “inimigo(a)”, um(a) “desafeto(a)”, bem como qualquer outro desqualificativo pode se tornar o(a) grande Mestre(a) de uma existência. Como disse, foram (e são) bastante escassos os encontros com tais personagens, e algo que nos leva a confirmar isso é o fato de que, contrariamente ao que a lógica pós-moderna do capitalismo diz[1], o que tais pessoas fazem por e para nós não somente é único mas vai ao encontro de nossos espíritos, dizendo: “Aqui estamos para tornar o nosso encontro algo que perdurará pela eternidade”.
Tais pessoas podem ser consideradas, até, “loucas”, por todos(as) aqueles(as) satisfeitas com o famoso “pacto da mediocridade”[2] só que, no fundo, é a LUZ interna de tais pessoas que mais brilha, quando a escuridão é mais presente. São aqueles(as) que não teríamos o MENOR medo em saltar na frente para salvá-lo(a) de um atentado, porque consideramos sua intervenção como epifânica ou algo parecido. As pessoas extraordinárias não necessariamente são “boazinhas”[3]. Elas são justas. Suas atitudes nos indicam, isso sim, que rumo tomar. Sua maneira de pensar e falar nos colocam diante de um novo “conceito” imanente-transcendente de sentir. E já aviso: tais pessoas nada tem a ver com tradições espirituais, ideologias ou filosofias[4]. Sua mera presença define uma situação absolutamente inusitada em nossas vidas.
Pessoas extraordinárias tem um profundíssimo senso prático para enfrentamento de dilemas ou dramas existenciais. Não se chafurdam em delírios acadêmicos e/ou conceptuais, visto que tem a mais nítida percepção de que a vida não é um esquema “ideal” ou “perfeito”, mas algo tão simples quanto beber um copo d’água. Farão escândalo apenas para lhe gritar (ou sussurrar) que continua praticando os mesmos erros e poderão nem estar na primeira fileira quando Você for condecorado(a). Aliás, pessoas extraordinárias tem uma certa ojeriza de aglomerações glamorosas. Geralmente nos fornecem os maiores ensinamentos no tête-à-tête, quando precisamos ouvir o que é necessário, e não apenas o que desejamos.

Já encontrou alguém assim? Se não, é porque sua oportunidade cármica ainda não lhe concedeu essa benesse. Se sim...tenha gratidão ao Universo, pois acaba(acabou) de acontecer um milagre em sua vida. E sejam felizes...


[1] “Não existe pessoa insubstituível” ou o que o valha.
[2] Eu finjo que sou verdadeiro contigo e Você finge que acredita nisso.
[3] Até porque teríamos que elaborar um tratado filosófico para conceituar ou fazer uma aproximação epistemológica acerca do bem (e do mal, claro).
[4] Ou seja, tais pessoas nãaaaaaaao necessariamente são monges (ou monjas), pastores (ou pastoras), padres, pais (ou mães) de santo ou qualquer outro tipo de liderança espiritual ou filosófica. 

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