Segue
a transcrição ipsis litteris de
trecho constante do livro “Tchenrezi: O Senhor da grande compaixão”, de Bokar
Rinpoche, Editora Shisil, Brasília, 1996. Há um bom tempo queria fazer esta
transcrição, por alguns motivos, em particular pela força do próprio mantra sobre
o qual ela se refere. Apenas para iniciar, o termo mantra pode ser traduzido ou interpretado de diversas formas. De um
modo geral, refere-se a expressões ou palavras de poder, no sentido de criarem
um ambiente positivo mental e no meio ambiente circundante, propícios para que
se possa, por exemplo, fazer um ritual ou simplesmente para que a casa ou
templo se harmonize. Segue o texto.
O MANTRA OM MANI PEME
HUNG
Os mantras são frequentemente os nomes de
Buddhas, de bodhisattvas[1],
ou de divindades. OM MANI PEME HUNG[2]
nada mais é, por exemplo, que uma maneira de nomear TCHENREZI[3].
De um ponto de vista absoluto, TCHENREZI não tem nome, mas, no domínio do
relativo, da realidade-guia, ele é designado por nomes, que são o vetor da sua
compaixão, da sua graça e do poder das aspirações que formula para o bem dos
seres. Nesse sentido, a recitação de seu nome transmite as qualidades de sua
mente. Aqui reside a explicação do poder benéfico de seu mantra, que é também o seu nome.
Assim como assimilamos o nosso nome,
tornamo-nos um com ele, da mesma maneira, no relativo, o mantra é idêntico à divindade. Eles constituem uma única mesma
realidade. O mantra recitado nada
mais é que a própria divindade. Pela recitação recebe-se a graça da divindade;
pela visualização recebe-se a mesma graça, sem diferença.
O mantra
OM MANI PEME HUNG propiciou, às vezes, traduções fantasiosas ou
misteriosas. Contudo, como acabamos de ver, trata-se simplesmente de um nome de
TCHENREZI, colocado entre duas sílabas sagradas tradicionais, OM e HUNG.
·
OM
representa o corpo de todos os Buddhas; é também o começo de todos os mantras;
·
MANI
significa joia em sânscrito;
·
PEME,
segundo a pronúncia tibetana, ou PADME segundo a pronúncia sânscrita,significa
lótus;
·
HUNG
representa a mente de todos os Buddhas e conclui frequentemente os mantras.
MANI e PEME referem-se à joia que TCHENREZI
segura em suas duas mãos centrais e ao lótus que segura na sua segunda mão
esquerda. Dizer MANI PEME é nomear TCHENREZI por meio de seus atributos: “aquele
que segura a joia e o lótus”. TCHENREZI ou Jóia-Lótus, são dois nomes para a
mesma divindade.
[1] Dentro da tradição budista, em
particular o Mahayana e o Vajrayana, por sua vez, este termo refere-se a seres
que ainda não atingiram a condição
de Budas, mas que por compaixão dedicam-se para que todos no Universo possam
conseguir tal intento
[2] Também escrito como OM MANI PADME
HUM, em sânscrito.
[3] Tchenrezi é um dos Bodissatvas (ou
manifestações da divindade) mais reverenciados no Budismo.
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