terça-feira, 23 de agosto de 2011

O Karma e suas implicações - VIII




Um outro entendimento acerca do Karma é oferecido por C. Jinarajadasa, em "Fundamentos de Teosofia", São Paulo, Editora Pensamento, p. 61:

"A Lei do Carma é a enunciação da relação da causa com o efeito, que se estabelece quando o homem transforma a energia. Esta lei abrange não somente o universo visível e as suas forças como o faz a ciência, mas também esse universo mais vasto e invisível de forças, que é a verdadeira esfera da atividade humana. Do mesmo modo que, com um piscar de olho, o homem projeta no universo uma força que afeta o equilíbrio de todas as outras forças de nosso cosmos físico, assim também, com o vibrar de cada um de seus pensamentos e sentimentos, modifica o seu ajustamento no universo e o do universo em si mesmo.

Quando nos esforçamos por compreender o que é o Carma, o primeiro princípio a gravar é que nos ocupamos de uma força e de seus efeitos. Esta força pertence tanto ao mundo físico do movimento como ao mundo astral dos sentimentos, ou ao mundo mental dos pensamentos. Estes três tipo de força são com efeito postos em ação por nós: o primeiro pelas atividades do nosso corpo físico; o segundo pelos sentimentos de nosso corpo astral; o terceiro pelos pensamentos concretos e abstratos de nossos corpos mental e causal (...)

Cada ato nocivo equivale a uma força (...) projetada no universo, a qual atua em detrimento de outrem; mas com isso o equilíbrio do universo com esse outrem foi perturbado pelo ofensor, e tem que ser restabelecido a suas expensas.

Seu carma pelo dano causado é uma 'dor'; a força que produz tal dor é descarregada na vítima, tomada como ponto de apoio, restabelecendo-se assim o equilíbrio original. Com uma boa ação se dá o mesmo; seu carma, reação, é uma força que ajusta as circunstâncias de maneira a produzir um 'conforto' (...)

Mas cada força cármica deve descarregar a sua energia, porque 'o que homem semeia, isso também colherá'. Quando o homem 'colhe', as suas forças cármicas são cuidadosamente ajustadas, de maneira que a ação recíproca do bem e do mal possa produzir, como resultado final, um acréscimo de bem, por menor que seja. Se, por ocasião do nosso nascimento, todas as nossas forças cármicas de bem e de mal fossem postas em ação, como temos maior bagagem de mal que de bem, nossa existência seria tão cheia de dor e de tristeza, que quase não teríamos coragem para enfrentar a batalha da vida. Também, a fim de que possamos lutar e vencer e adicionar alguma coisa ao lado bom de nossa conta, e não ao mau, faz-se um cuidadoso ajustamento para cada alma, quando ela encarna.

Tal ajustamento é feito pelos Senhores do Carma, estas inteligências benfazejas que, no Plano do Logos, agem como árbitros do Carma. Eles não recompensam nem punem; limitam-se a ajustar a operação das forças do próprio homem, a fim de que o carma o ajude a dar um passo adiante na evolução (...)

Podemos compreender agora como, até certo ponto, há um 'destino' para cada homem, pois 'destino' é a quantidade de bom e mau carma escolhida para ele pelos Senhores do Carma, para determinada vida. Seus pais, a hereditariedade, as pessoas que o ajudarão e as que o embaraçarão, as oportunidades, as obrigações, a morte - eis no que se constitui o seu 'destino'. Mas tais forças, enquanto se esgotam, NÃO LHE IMPÕEM A MANEIRA DE REAGIR A ELAS. POR PEQUENA QUE SEJA SUA VONTADE, ELA É AINDA LIVRE; ELE PODE REAGIR CONTRA O SEU ANTIGA CARMA E PRODUZIR UM NOVO CARMA QUE TENHA MAIS DE BOM QUE DE MAU". [grifos não constam do original]

Tulio

Nenhum comentário:

Postar um comentário