sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Um pouco de poder para você...



Assim como muitas pessoas, não escondo o fascínio que o poder exerce sobre nós. Quando menciono esse termo, não me refiro a um modo particular de poder, mas ao sentido mais genérico do termo, ou seja, toda e qualquer forma de poder. Isto porque todo ser humano, ao menos uma vez na vida, deparar-se-á com uma situação na qual enfrentará ou determinará o uso do poder.

"Poder (do latim potere) é, literalmente, o direito de deliberar, agir e mandar e também, dependendo do contexto, a faculdade de exercer a autoridade, a soberania, ou o império de dada circunstância ou a posse do domínio, da influência ou da força. A sociologia define poder, geralmente, como a habilidade de impor a sua vontade sobre os outros, mesmo se estes resistirem de alguma maneira. Existem, dentro do contexto sociológico, diversos tipos de poder: o poder social, o poder econômico, o poder militar, o poder político, entre outros. Foram importantes para o desenvolvimento da atual concepção de poder os trabalhos de Michel Foucault, Max Weber, Pierre Bourdieu.

Dentre as principais teorias sociológicas relacionadas ao poder podemos destacar a teoria dos jogos, o feminismo, o machismo, o campo simbólico, o especismo, etc. A política define o poder como a capacidade de impor algo sem alternativa para a desobediência. O poder político, quando reconhecido como legítimo e sancionado como executor da ordem estabelecida, coincide com a autoridade, mas há poder político distinto desta e que até se lhe opõe, como acontece na revolução ou nas ditaduras." (in http://pt.wikipedia.org/wiki/Poder, acessado em 06/07/2011, às 08:53)

O texto acima faz referência aos vários significados que podem ser dados ao poder, mas talvez não enfatize um aspecto igualmente necessário, ou seja, o que chamaremos de contrapoder. Apesar de toda uma teoria desenvolvida por Hegel acerca do senhor e do escravo, e suas relaçãoes de reconhecimento, é inegável o fato de que se por um lado existe a possibilidade e/ou necessidade de utilização de alguma forma de poder, por outro há, utilizando um princípio da física, um movimento ou força contrária, uma possibilidade de reação àquele vetor.

O que faz com que haja obediência (subserviência?) e reação ao poder? Em termos humanos, poderíamos elencar ao menos uma razão para que alguém se contraponha ao uso do poder: o não reconhecimento de um poder que se denomina legítimo e que se manifesta como autoritarismo, abuso, paranóia, entre outros. Ao longo da história não é difícil perceber inúmeros exemplos nos quais tanto há uma chancela ou consentimento no exercício das formas do poder mas, em contrapartida, em incontáveis momentos houve violentíssimas reações à tentativa de alguém subjugar outrem. Afinal de contas, que encantamento ou energia poderosa é essa, que envolve a ponto de conseguir movimentar ou mesmo controlar coisas e pessoas ao longo dos séculos?

Michel Foucault, no seu excelente "Microfísica do poder" (Graal Editora, São Paulo, 2006), entre outros elementos, menciona o fato de que para seu estabelecimento, o poder necessita de, digamos, tentáculos, ou seja, para que alguém possa elaborar e manter uma forma de poder, deve estruturá-lo em vários pontos, como uma rede a qual é ligada e, assim, literalmente são costurados os vários segmentos que constituem o poder. Eu acrescentaria, e isto nada tem de novidade, que não existe o poder isolado, solto, poder em si mesmo. Quando se fala "poder", não está se falando apenas de potência ou possibilidade de fazer algo, em sentido hipotético, mas também poder concreto, poder real para fazer.

Já pensou em poder hoje?


Sejam sabiamente poderos@s!!!


Tulio

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