sexta-feira, 26 de agosto de 2011

O caminho para descobrir a si mesmo também passa pelo meio...



Falo hoje, de modo brevíssimo, de um assunto mais específico e que vai interessar, evidente e diretamente as pessoas que tem este tipo de crença ou entendimento, a saber, a mediunidade. Para alguns, pode ficar a impressão de que tal ocorrência seja uma capacidade "sobre-humana" ou algo "místico" ou o que o valha. Mas talvez não seja essa a melhor percepção do fenômeno. E isso por um simples motivo: os seres humanos, em sua caminhada cármica, na condição de criaturas em constante (e inexorável) mudança conseguem fazer a intermediação entre diferentes realidades ou mundos.

Explico. Não é difícil constatar que conseguimos, por exemplo, fazer literalmente um mergulho nas profundas águas do oceano, observando, pesquisando e conhecendo os seres que ali habitam e, num outro momento, estarmos no topo de uma imensa cordilheira montanhosa, procedendo de igual modo. Perceba que só falei de situações, digamos, concretas. Ocorre que nossa mente pode muito mais. De qualquer forma, trago uma informação qualificada acerca do assunto, oferecida por Hermínio C. Miranda, em seu "Diálogo com as sombras: teoria e prática da doutrinação", Rio de Janeiro, Federação Espírita Brasileira, 2006, p. 58:

"Sabemos, por outro lado, do aprendizado espírita, que a mediunidade, longe de ser a marca de nossa grandeza espiritual, é, ao contrário, o indício de renitentes imperfeições. Representa, por certo, uma faculdade, uma capacidade concedida pelos poderes que nos assistem, mas não no sentido humano, como se o médium fosse colocado à parte e acima dos vis mortais, como seres de eleição. É, antes, um ônus, um risco, um instrumento como o qual o médium pode trabalhar, semear e plantar, para colher mais tarde, ou ferir-se mais uma vez, com a má utilização dos talentos sobre os quais nos falam os Evangelhos". [grifos não constam do original]

Será que nos damos conta de que também somos intermediários  de várias realidades diferentes? UMA delas é a do chamado "mundo invisível" (denominação kardecquiana) e a dos encarnados. Tratarei com profundidade esse assunto mais à frente mas, de qualquer forma, fica aqui o convite para que reflitamos acerca de nossas responsabilidades enquanto seres com nosso respectivo grau de consciência. Sempre recebi o ensinamento de que a responsabilidade cármica é diretamente proporcional à qualidade, quantidade ou grau da consciência e concordo com essa afirmação, em que pese entender também que não se trata apenas de uma questão de consciência. Mas, mesmo assim, no assunto mediunidade, é sempre bom ter cautela.

Paz e Amor a todos os Seres.

Tulio

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